Definição das linhas que compõe o desenho de uma prancha. Cada tangente tem a sua importância, mas vale lembrar que a harmonia entre elas é que determina a funcionalidade de cada modelo.
Rocker
Curvatura do fundo da prancha. Elemento básico no desenvolvimento de pranchas de surfe. Subdivide-se em: Bottom Rocker, Deck Rocker e Rail Rocker.
BOTTOM ROCKER
Curvatura do bico à rabeta na parte de baixo da longarina. É fundamental na elaboração do desenho, pois serve de base para os outros dois. Basicamente, as curvas podem ser configuradas de 3 formas:
- Curva contínua: Flui, continuamente, das partes mais acentuadas no bico e na rabeta até as partes mais retas em direção ao wide point.
- Curva estagiada: Mantém linhas mais retas, tornando as secções mais definidas.
- Híbrido: Combinação entre as curvas suaves do rocker contínuo e as seções retas do estagiado, maximizando a performance. Pode ser configurado para cavar e acelerar em ondas críticas, ou para manter velocidade durante as curvas e entre as seções em ondas mais fracas e cheias.
DECK ROCKER
Curvatura do bico à rabeta na parte de cima da prancha, topo da longarina. A combinação entre bottom rocker e deck rocker , define a espessura da prancha na longarina (foil)
RAIL ROCKER
Curvatura que segue o contorno do outline e da borda pelo fundo da prancha. A combinação entre bottom rocker e rail rocker define o contorno do fundo. De modo geral, pouca curva de fundo gera mais velocidade e menos maleabilidade, já rockers mais acentuados proporcionam mais maleabilidade e, consequentemente diminuem a projeção.
Outline
Rabetas
ROUND
Modelo da família “round” e “pin” que possui maior área. Uma linha cheia, elíptica, que parte da região próxima às quilhas laterais seguindo até o centro da rabeta. Geralmente usada em pranchas para ondas pequenas, proporcionam projeção e são soltas no lip, em contra partida, não permitem trocas bruscas de direção com tanta facilidade.
ROUNDPIN
O mais versátil formato da família “round” e “pin”. Perda moderada de área à partir das quilhas em direção ao centro da rabeta, terminando ou não em uma ponta. As curvas suaves e área reduzida, proporcionam mais controle em manobras críticas se comparada com o modelo round. Pode ser configurada para pranchas mais manobráveis ou para uso em condições mais críticas.
PIN
A mais extrema da família, perda significativa da superfície de contato, linhas quase retas, chegando à rabeta em um vértice (ponta). Controle é o intuito desse design, usado quase exclusivamente em pranchas para ondas grandes.
SQUASH
A mais versátil e comum. Combina máxima superfície, o que agrega sustentação e gera velocidade, com um “canto” arredondado, que proporciona controle. As linhas em direção à rabeta, podem ser contínuas ou paralelas. As mais curvas funcionarão de maneira similar às round, as mais paralelas terão projeção extra e mais aceleração nas saídas de curva.
THUMB
Combinação entre Squash e Round. Mantém a área de uma squash e incorpora as transições suaves entre as manobras associadas ao modelo round pin. Basicamente, são squashs com os cantos arredondados , sendo bem “soltas” e rápidas nas trocas de borda.
SWALLOW
Assim como a squash, esse desenho também maximiza a superfície de contato em pranchas pequenas. Porém, a área entre os cantos é reduzida por um corte que proporciona um maior controle nas curvas. Também é utilizada em pranchas para ondas maiores. A rabeta estreita, com o corte entre os cantos, oferece máximo controle em situações críticas. A largura entre os cantos e a profundidade do corte, podem ser manipulados para aumentar ou diminuir a superfície, balanceando os efeitos de sustentação e controle.
Contornos de Fundo
PLANO (FLAT)
Fundo básico, neutro. Sozinho, não contribui para incrementar pranchas de alta performance. É um tipo de fundo com pouca estabilidade lateral e que não produz sustentação (lift). Geralmente, aparece nas transições entre concaves e vee bottoms.
CONVEXO (VEE BOTTOM)
Proporciona grande estabilidade lateral, controle e facilita a troca de borda. São essenciais em pranchas maiores, como guns e longboards. Nas pranchas de performance, é empregado com frequência na rabeta, tornando as respostas mais rápidas nas trocas de direção.
CONCAVE (CÔNCAVO)
Variações e combinações de concaves simples (single concave) ou duplos (double concave), são os tipos de fundo mais usados nas pranchas de performance. Geralmente, full single concave ou full concave com double sob a base do surfista .O fundo côncavo produz sustentação/elevação (lift), canalizando água sob a prancha. E aumenta a superfície de contato, já que uma linha curva é mais longa que uma reta. Concaves eficientes, alimentam o fluxo de água sob a prancha, até a base do surfista e depois, dispersa esse fluxo conforme se aproxima da rabeta. Quando o surfista pressiona a borda e o fundo da prancha, comprime a água, canalizando-a no arranjo do concave. Esse fenômeno acentua a acelaração da prancha durante as curvas.
Perfil (Foil)
Refere-se à distribuição de massa do bico à rabeta. É resultado da combinação dos rockers do fundo e topo da longarina. Elemento muito importante do desenho, interfere na aceleração, controle, entrada de manobras e suporte do peso do surfista sobre a prancha. Manobras aéreas e a valorização de curvas fechadas , fizeram com que diminuísse o tamanho das pranchas e a diferença de espessura entre o bico e a rabeta. Mantendo o volume das pranchas maiores e facilitando principalmente a aterrissagem dos aéreos.
Bordas (Rails)
Definem como a prancha penetra na onda. Determinam controle, maleabilidade, força e velocidade. Da mesma maneira que os outros elementos do design, as bordas devem ser determinadas de acordo as características físicas do surfista, nível de habilidade, intenção e tipo de onda à ser surfada.
VOLUME DA BORDA
É extremamente importante, pois deve possibilitar a entrada da prancha na água. Bordas volumosas demais obrigam o surfista a usar apenas o fundo da prancha, bordas muito finas não provêem a devida sustentação e muitas vezes “atolam” durante as curvas. Configuração de borda – São as variações do dome deck, podem ser mais cheias ou mais finas.
BOXY
É a variação de borda mais cheia, geralmente aplicada na parte de trás das pranchas de performance . Curvatura do deck mais reta, menos dome deck.
LOW
Baixa, fina. Mais utilizada em pranchas espessas. Especialmente quando a necessidade de volume é maior (ondas maiores e/ou tubulares) aumentando a espessura no meio e mantendo as bordas mais baixas, permitindo a entrada da prancha na superfície da onda. As bordas passam por transições na mesma prancha. Neutras e arredondadas na parte do bico até o wide point, onde começam a desenvolver um canto mais duro na parte do encontro do fundo e continua nessa transição até a altura das quilhas laterais, onde se torna ainda mais dura e segue até a rabeta.
Multifins
Posicionamento específico que permite surfar a mesma prancha com 3 ou 4 quilhas. Muito utilizada atualmente para tornar a mesma prancha mais segura e confiável em condições críticas. Também agrega versatilidade em modelos para ondas menores, proporcionando muita velocidade em ondas fracas.